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| 30 de Março ~ Noite | |
| | Autor | Mensagem |
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Desiree Mason Profeta Diario
Mensagens : 96 Data de inscrição : 29/06/2011
| Assunto: 30 de Março ~ Noite Qui maio 17, 2012 12:19 am | |
| Terminei de me arrumar para o jantar que teria essa noite e aproveitei para organizar algumas coisas, pautas, sugestões de pautas, enviar corujas para John e Elizabeth informando do meu retorno enquanto meu convidado não chegava. E antes que você se empolgue, estamos falando do Erland. Depois de insistentes recados com a singela mensagem de : "Precisamos falar sobre a Elizabeth", eu havia decidido convidá-lo para termos uma conversa. Uma conversa definitiva. Decidi dar a ele a chance de explicar porque agia como se não soubesse sobre Elizabeth, minha mãe sempre dizia que devíamos dar uma segunda chance para as pessoas, eu mesma havia ensinado isso aos meus filhos. Sim, John poderia não ser meu filho consanguíneo, mas o era pelo coração. Às vezes chega a ser inquietante viver a aquela vida. Não posso ser pragmática e dizer que minha vida estava ruim, na verdade, não estava. De fato, para olhares externos, era a vida que todos queriam ter. Eu tinha dois filhos maravilhosos, e isso nada nem ninguém poderia negar, e, supostamente, tinha tido um casamento perfeito com Aidam, porém, aí é que as pessoas se enganavam: eu não considero casamento o que tive com Aidam. Na verdade, eu sabia que ele me amava, e de um jeito que eu nunca consegui amá-lo realmente. É horrível admitir mas nunca passou de amizade pra mim, uma amizade colorida, é bem verdade, mas ainda assim amizade. Ao longo dos anos em que convivi com Aidam, por vezes eu pensei em acabar com tudo, deixar aquilo para trás, parecia que eu estava com ele por causa dos meninos, por ele ter me ajudado quando eu mais precisei, por ter assumido uma filha que nem era dele e não achava certo. De toda forma, eu seria eternamente grata por tudo o que ele havia feito. #FLASHBACK - 18 anos antes...
Já o esperava no jardim de inverno da casa de meus tios, onde havia me hospedado na Inglaterra quando a porta que fazia a ligação entre os jardins e área interna da casa se abriu e não era ele quem estava ali diante de mim, e sim Aidam Mason. Aidam o melhor amigo dele, que me fitava de modo estranho - Mason? - procurei por alguém atrás dele e nada.
- Bem… - ele parecia tenso, os olhos não brilhavam e, sobretudo, não me contemplavam – tenho que falar com você, Desiree.
- Por que você está aqui? Desculpe...Onde ele está? - Aidam certamente sabia a quem eu me referia. O garoto se sentou num dos bancos parecendo carregar o mundo nos ombros. Fez um gesto para eu me sentar. No momento, senti uma leve tontura por pensar o que estaria para vir… nada passava pela minha mente.
- Sabe que eu gosto muito do Erland não é? Somos os melhores amigos desde sempre mas eu não concordo com o que ele me pediu para fazer aqui, hoje - o encarei tentando entender se havia alguma lógica no que ele dizia.- Vou dizer tudo de uma vez. Vai custar menos. – O coração estava a sair pela boca – Ele não virá, parece que teve algum contratempo em família... Enfim, ele me pediu que viesse aqui e te dissesse que não pode te ajudar.
Silêncio. O coração parou de tanto bater, a minha mente estava limpa. E então lágrimas surgiram. Senti um calafrio percorrer meu corpo de cima a baixo e ele continuou tomando minhas mãos gélidas entre as suas - Desiree, eu posso te ajudar se quiser. Posso assumir o filho de vocês como se fosse meu - Olhei-o sob os olhos marejados, minha voz tinha sumido e ele prosseguiu - Seria um casamento só de aparência, nada além, apenas pra que você não passe por isso sozinha. - ele baixou o olhar e suspirou - Olha, você não precisa me dar uma resposta agora... - ele me deu um beijo na testa e se afastou.
# 3 anos depois #
Sob a árvore de Natal estava a essência desses anos todos de sofrimento, brincando com as fitas dos presentes que sabia que não podia abrir, ao lado do "pai" e do "irmão" mais velho.
- Mamãe, - despertei dos meus pensamentos com um sorriso sincero – falta muito para a meia noite?
- Sabe que sim, Lizzie... É a terceira vez que me pergunta isso em 10 minutos, por isso… - andei até ela, a olhei e sorri, preparando as mãos como garras de gato – Ataque de Cosquinha! - Ouvi o riso cristalino dela. Nada mais interessava. Era a noite dela. Não havia remorsos, nem arrependimentos. Não existia dor, pular do coração em tristeza, apenas alegria em estado puro. Ele tinha feito sua escolha. E eu fiz a minha escolha perfeita.
FIM DO FLASHBACK #
Ouvi a campainha tocar e desci. Os elfos estavam de folga (sim, eu dava folga para os meus elfos) e eu mesma teria que cuidar de tudo. Melhor assim, não queria testemunhas para aquela conversa. Abri a porta e o encarei com uma expressão neutra - Boa noite, por favor, entre - dei passagem a ele, fechando a porta e me afastei - Então... aceita beber alguma coisa? - mantive a mesma expressão. Se eu estava nervosa? Claro. Mas nunca deixaria isso transparecer. ***ObservaçõesFalei com Erland. Citei: muita gente. Se quiser que eu edite, grite. Clothes | |
| | | Erland Nørgaard Hogwarts
Mensagens : 500 Data de inscrição : 07/07/2011
| Assunto: Re: 30 de Março ~ Noite Seg maio 21, 2012 8:01 pm | |
| E aquele sentimento estupidamente inconveniente retornava mais forte e incômodo. Por mais um dia, revivia a minha juventude.
Uma semana, segundo a minha mente, deveria ter sido o tempo ideal para que eu colocasse a minha mente no lugar; conseguisse assimilar tudo o que estava ocorrendo à minha volta, sem me afetar ou me abater. Problemas e dramas? Todos nós tínhamos, e o que diferenciavam os indivíduos, era a maneira com a qual tratamos-as, lidamos com isso. Eu sei, fugir realmente não parece ser a forma mais inteligente de resolvê-los; até porque, claro, eles não estariam resolvidos. Escondidos, para então reaparecerem assustadoramente repentinos, te pegando sem jeito outra vez. Mas, naquele momento, julgue-me se quiser, foi o modo que eu encontrei de tentar analisar se todas aquelas minhas dúvidas tinham, de fato, um fundamento, uma razão de ser. E se eu estivesse certo? E se aquela fosse uma lacuna na minha vida? Muitos se's para poucas convicções, mas eu precisava saber. Precisava disso, para voltar viver em paz. Para dormir, com a consciência limpa; para ser quem eu normalmente sou, sem me condenar, em vão, pelos meus erros do passado. Sem olhar para trás, sem me arrepender de nada do que eu possa ter feito.
Aquele sinal - ou marca, como prefira chamar - na pele de Elizabeth era uma constante imagem na minha mente. Durante a minha viagem, à minha terra, aonde passei um tempo com a minha velha - muito velha - mãe, não conseguia me desapegar daquela figura; aquilo, definitivamente, não poderia ser só uma coincidência. Não sou muito supersticioso para acreditar que, por trás daquele sinal, poderia haver alguma outra mensagem, algum outro significado, algo que estivesse além dos meus olhos. Com a idade e a maturidade, aprendi a ser realista. Encarar os fatos como eles são de verdade. Durante aquele período, fui bem tratado - não mimado - pela minha mãe, que estranhara a inusitada surpresa. Fui coagido a responder seus questionamentos, mas em nenhuma das vezes lhe contei a verdade. Como eu poderia simplesmente supor a ela? "Mãe, acho que você é vovó há dezessete anos." Nem mesmo cogitava fazê-lo a um amigo mais íntimo. Também se tratava de parte da história de Desiree, do meu grande e finado amigo Aidam Mason.
Pressionei Desiree, enfim, para as minhas respostas. Ela não poderia me deixar conviver com todos aqueles questionamentos, me assistindo agir desconcertadamente, fora de eixo. Ela, então, marcara um jantar em sua própria residência, na qual parecia ser garantido que nenhum dos seus dois filhos - Elizabeth e John - estivessem lá. Concordei, sem hesitar. Acredito que, pela primeira vez, em longo tempo, eu e Desiree não nos procurávamos apenas com o intuito de discutir e denegrir - saudavelmente - a imagem um do outro, com ofensas bobas. Pontualmente, já estava na frente da porta que dava entrada ao interior de sua casa. Toquei firmemente a campainha, inspirando e expirando intensamente, buscando coragem interior, naquele pequeno intervalo de tempo. Poucos segundos antes de abrir a porta para mim, eu já tinha escutado os seus passos, que pareciam mais imponentes e fortes do que nunca. Isso revelava que, pelo menos, se nesse angu tem caldo, ela não teria tanta relutância em me contar.
- Obrigado. - respondi indiferente, mas sem deixar de exibir um sorriso gentil em meu rosto, como forma de agradecimento. Era difícil ver (no meu caso) Desiree sendo 'educada'. Turrona, quase sempre irredutível. Diria que quase uma mulher do tempo das cavernas... na posição dominadora, com certeza. Ela fechou a porta e se virou até mim. Indagou, ainda neutra, mas não menos formosa, se eu desejaria alguma coisa, como uma bebida. Acenei negativamente, de modo breve. Acho que nem eu e nem ela tínhamos tanto tempo a desperdiçar. - Estamos sozinho? - perguntei, olhando, em um gesto automático, para as escadas que davam acesso ao segundo andar, perante silêncio total da casa. Ainda assim, era melhor que eu confirmasse que aquele assunto ficaria ali. Aguardei que ela me respondesse e o quando o fez, continuei. - Você já sabe porque eu estou aqui, correto? Portanto, podemos deixar de delongas. - sem tomar nenhuma liberdade de me sentar ou qualquer coisa assim, me mantive em pé. Estava tenso, mas não a ponto de vacilar ou perder o meu equilíbrio, ainda que o choque fosse grande. - Quer me dizer alguma coisa? Ou melhor: quer me contar alguma coisa? - conciso; como tinha planejado. Só restava saber até quando eu conseguiria me manter resistente a um sofrimento inevitável.
001 • VESTIDO ASSIM • Uh, eu gostei de quase tudo, mas o final decepcionante estragou.
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| | | Desiree Mason Profeta Diario
Mensagens : 96 Data de inscrição : 29/06/2011
| Assunto: Re: 30 de Março ~ Noite Ter maio 22, 2012 3:53 am | |
| Pois bem, não era surpresa nenhuma assistir Erland recusar qualquer um dos meus oferecimentos e, que fique claro, isso não me afetava...muito. Bem, pelo menos não tanto quanto pensei que afetaria. - Que seja... - encolhi os ombros e me aproximei de onde ficavam as bebidas, me servi de uma taça de vinho e voltei para onde ele continuava em pé, feito uma estátua do templo ao passo que me sentei. Erland perguntou se estávamos sozinhos. Bem se ele sabia que os meus filhos estavam em Hogwarts e não haviam fugido, é claro que estávamos a sós, ainda assim ' o tranquilizei' - Sim, estamos sozinhos, caso se lembre - ou não, o que era bem possível, sejamos honestas - não sou particularmente fã de expor minha intimidade...- dito isso, beberiquei um pouco do meu vinho e aguardei que ele se manifestasse, o que conhecendo ele, como imaginava que ainda conhecia, não tardaria. - Erland escreveu:
- - Você já sabe porque eu estou aqui, correto? Portanto, podemos deixar de delongas.
Não disse? Juro que olhando assim, ele até parecia tenso e se eu não conhecesse a história como protagonista até da mesma teria acreditado nesse teatro... Como FUI, não me deixo ludibriar tão fácil, mantendo inclusive minha pose 'fazendo a egípcia' e acho que minha única reação foi arquear uma das sobrancelhas demonstrando minha descrença com aquela cena dele. - Erland escreveu:
- - Quer me dizer alguma coisa? Ou melhor: quer me contar alguma coisa?
- Por que indagar algo cuja resposta você JÁ - dei ênfase - sabe, Erland? - e antes que ele pudesse se manifestar, me levantei, pousando a taça numa das mesas. Será que ele tinha se tornado alguém tão insensível que tinha a capacidade de manter esse teatrinho? Será que não compreendia o quanto isso feria? - E já que é pra falarmos sem 'delongas' que tal começarmos pela parte em que você explica o por que de todo esse teatrinho? Por que SÓ agora decidiu se aproximar da minha filha? Nós não precisamos mais de você...Se não fosse pelo Aidam...- respirei em busca de calma, nessa altura da história eu já andava de um lado para outro. Eu precisava manter a calma, ele não tinha mais tanto poder assim sobre mim. Isso mesmo Desiree, ele não tem mais esse poder sobre você. A simples lembrança daqueles acontecimentos era como abrir uma caixa de Pandora capaz liberar as piores lembranças da minha vida. Então antes que ele esboçasse alguma reação emendei, fitando-no diretamente nos olhos - Se não fosse pelo Aidam assumindo uma paternidade que você não quis assumir, talvez a minha Lizzie nem estivesse aqui... - bem, se ele se recordasse, minimamente, de como eram os Lefevrè, saberia exatamente o que isso implicava - pois bem, talvez agora você tenha algo pra me contar, não é mesmo? Ah, só um adendo: dispenso a parte das mentirinhas...- voltei a me sentar, sem deixar de encará-lo. Agora eu queria ver qual historinha ele inventaria. ***ObservaçõesFalei com Erland. Se quiser que eu edite, grite. Post pra desopilar. Clothes | |
| | | Erland Nørgaard Hogwarts
Mensagens : 500 Data de inscrição : 07/07/2011
| Assunto: Re: 30 de Março ~ Noite Ter maio 29, 2012 8:01 pm | |
| Antes que eu reaja a qualquer coisa que Desiree tenha me dito, vale pontuar um fato interessante e curioso: apesar de conhecê-la há anos, era a primeira vez, em toda a minha vida, que eu colocava os pés na casa dela. E, de um modo que, eu confesso agora, nunca esperei ser recepcionado; não que ela parecesse minimamente contente em minha companhia. Na verdade, parecia tão indiferente, a ponto de me fazer acreditar que ela não se importava tanto; talvez porquê todos aqueles meus pensamentos a respeito da paternidade de Elizabeth fossem apenas uma sandice idiota. Isso é, ainda que não fossem, ainda que as minhas suspeitas estivessem corretas, Desiree poderia mentir ou omitir - julguem como quiserem - por pura conveniência. Se eu realmente estivesse certo, aquilo não deveria ser tão difícil para ela, uma vez que, durante anos, pelas minhas hipóteses, ela havia escondido, não só de mim, como também de seu marido e de Elizabeth, aquela história, que revigorava, com toda intensidade, mágoas do passado. Era complicado e tenso mexer nesse baú, depois de tanto tempo. Para mim era difícil. Pensava que se daqui não saísse com a resposta que os meus ouvidos desejavam escutar, provavelmente perderia mais e mais noites de sono, me indagando sobre os "se"'s de toda essa trama mal-resolvida.
Reconheci, antes que ela pudesse se manifestar, um notável traço de desconforto em seu rosto. Não sei se poderia qualificar exatamente dessa maneira, mas era visível que eu tinha dito algo que havia a incomodado bastante. Ou talvez, eu ainda acredito, ela tenha se surpreendido com o modo que me comportei para dar início a discussão; sem ofensas, alimentadas por velhas picuinhas, sem provocações estúpidas, sem indiretas. Como mencionei em alguma outra passagem, da qual já não posso mais me recordar totalmente, por uma falha da memória - ocasionada pelo nervosismo que essa situação me causa -, era difícil que dialogássemos em 'paz'. Ela me respondeu e franzi uma de minhas sobrancelhas. Me mantive calado, porque sei que nunca devemos responder uma pergunta com outra pergunta; isso é, se eu tivesse a oportunidade de lhe questionar algo, seria: "sobre o quê você exatamente está falando? Me desculpe, mas acho que você está trocando os assuntos". Não poderíamos estar falando a mesma coisa, a menos que, é claro, ela considerasse que eu tivesse o dom da divinação. Ela prosseguiu, no mesmo tom acusador de outrora, agora reforçado por falsos argumentos, que me transformavam, injustamente aliás, como o vilão daquela história. Como ela esperava que eu me aproximasse, se ela nunca tinha se dado ao trabalho de contar antes? Quero dizer, me perdoem! Eu esqueci que ela nunca me contou. Fui obrigado a descobrir sozinho. Como ela esperava que eu levasse aquilo à sério? Respirei fundo.
Ela admitiu, a um modo torto, que eu era pai de Elizabeth. Eu... pai! De uma garota de dezesseis anos. Isso me fazia feliz, sim, eu não podia negar; mas, por outro lado, me deixava transtornado, visto que eram dezesseis anos de farsas, de mentiras. Sei que terei tempo para me avaliar melhor sobre sensação de ser "pai", e nas responsabilidades que essa função traz, em um momento mais oportuno. Andei na direção da mulher. Precisava olhar nos olhos dela. Precisava descobrir o por quê daquela cena, sem fundamento. Precisava entender (e crer) suas razões para ter me omitido tal história por tanto tempo. Eu queria minhas respostas, e não sairia daquela casa enquanto não as conseguisse.
- Do quê você está tentando, exatamente, me acusar, Desiree? De não ter adivinhado que você estava grávida de mim? Porque, claro, você poderia se preservar e se "esquecer" de me contar essa história por dezesseis anos. Como pode me condenar por algo, o qual jamais tomei conhecimento? Se eu não estivesse naquele hospital, naquele dia, provavelmente eu nunca saberia de nada, não é? - ri incrédulo, em sinal de reprovação. Lançava minhas palavras contra ela, como flechas. Queria que ela sentisse a mesma dor que eu estava sentindo (talvez isso fosse um pouco egoísta e cruel, mas tenho a certeza de que ela nunca me compreenderia, e continuaria a me acusar, a me condenar com uma frieza assustadora). - Provavelmente você não irá acreditar. Mas isso, sinceramente, não importa mais. Você foi a única mulher que eu amei, em toda a minha vida. Quando jovem, tinha sonhos; como todos os meus alunos, que são o espelho do que eu era ontem. Eu queria me formar, ter uma vida profissional bem-sucedida, me casar e ter filhos com a mulher que eu amava. - encarei-a nos olhos, tentando controlar a emoção, que vinha à tona, enquanto relembrava, inconscientemente, os bons momentos que passei com Desiree. - Se você acha que eu faria alguma coisa para te prejudicar ou se te largaria em um momento tão difícil, você definitivamente não me conhece; não sabe nada sobre mim. - enfatizei, aumentando o meu tom de voz, naturalmente. Conforme a angústia, a decepção e o saudosismo cresciam dentro de mim, me tornava menos consciente da minha própria razão. Respirei profundamente, pausando por poucos segundos. - Por quê escondeu de mim? - não esperei que ela respondesse. - Por quanto tempo esperava esconder de mim? - semi-cerrei os meus olhos, me afastando ligeiramente. Por ter passado em situações semelhantes no passado (com meus inúmeros casos - fracassados - amorosos), que eu sabia, que se perdesse o meu limite, acabaria perdendo a noção do sensato ou do insensato.
002 • VESTIDO ASSIM • Como fazer um post com cheiro de cu? 3 gotas de milho incrustado, uma pitada de pimenta malagueta e um pedaço de feijão do dente. ODIEI. PIOR POST DA MINHA VIDA.
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| | | Desiree Mason Profeta Diario
Mensagens : 96 Data de inscrição : 29/06/2011
| Assunto: Re: 30 de Março ~ Noite Sáb Jun 02, 2012 3:26 am | |
| "Sometimes I feel like there's a hole inside of me, an emptiness that at times seems to burn. I think if you lifted my heart to your ear, you could probably hear the ocean." Sabe quando você tem uma sensação de que algo ali não estava nada certo? E eu, Desiree Lefevrè Mason, estava com essa nítida sensação. É certo que era mais do que absurdo que eu me sentisse assim mas...Eu não costumo me enganar tanto com as pessoas e, por mais estranho que isso possa parecer, Erland me parecia bem verdadeiro em sua...hm... indignação? Mas...como? Não era possível que ele não soubesse! Tudo bem, eu não fui pessoalmente contar a ele a boa nova, mesmo porque eu estava na França, em casa, sendo a filha perfeita dos Lefevrè mas mandei um sem número de corujas até decidir apelar para a ajuda de Aidam... Não era possível que ele não tivesse recebido nenhuma delas! Ou...era? - Erland escreveu:
- - Do quê você está tentando, exatamente, me acusar, Desiree? De não ter adivinhado que você estava grávida de mim? Porque, claro, você poderia se preservar e se "esquecer" de me contar essa história por dezesseis anos. Como pode me condenar por algo, o qual jamais tomei conhecimento? Se eu não estivesse naquele hospital, naquele dia, provavelmente eu nunca saberia de nada, não é?
Ao passo que parte de mim ouvia aquela enxurrada de informações, outra tentava desesperadamente encontrar uma lógica em tudo o que havia se dado, sem sucesso. Quero dizer, de uma hora para a outra eu havia deixado o posto da vítima e me tornava uma espécie de algoz daquela história? Ouvi o riso incrédulo dele enquanto pousava minha taça novamente na mesa de centro e murmurava para mim mesma um "isso não é possível..." - Erland escreveu:
- - Provavelmente você não irá acreditar. Mas isso, sinceramente, não importa mais. Você foi a única mulher que eu amei, em toda a minha vida. Quando jovem, tinha sonhos; como todos os meus alunos, que são o espelho do que eu era ontem. Eu queria me formar, ter uma vida profissional bem-sucedida, me casar e ter filhos com a mulher que eu amava.
Ele me encarou e não consegui desviar, culpem o choque que as revelações dessa conversa me traziam, ou talvez fosse o fato de eu mesma compartilhar daquele sentimento. Se eu pensasse em mim mesma naquela época, posso afirmar seguramente que meus sonhos eram os mesmos. Baixei o olhar, era como se a simples menção daquela época, as memórias voltassem tão fortes, tão vívidas que quase seriam tangíveis. Fechei os olhos e balancei a cabeça, aquilo não fazia o menor sentido... o menor... - Erland escreveu:
- - Se você acha que eu faria alguma coisa para te prejudicar ou se te largaria em um momento tão difícil, você definitivamente não me conhece; não sabe nada sobre mim.
Impressão minha ou esse ambiente está muito pesado e abafado? Minha cabeça girava e desesperadamente eu buscava algo que explicasse o surrealismo daquele momento. Sabe a sensação de que a terra se abriu bem debaixo dos seus pés? Era assim que me sentia. Passei anos da minha vida pensando e acreditando veementemente que ele havia nos abandonado e... Ceús, e não era verdade?! - Erland escreveu:
- - Por quê escondeu de mim?- Por quanto tempo esperava esconder de mim?
Ao ouvir suas indagações, me levantei e depois de andar de um lado para o outro. Falei e minha voz não parecia passar de um murmúrio ainda – Como você pode não saber? Eu te escrevi, tentei falar com você, o Aidam falou com você! – foi aí que, finalmente, reencontrei minha e voz parei diante dele - Eu tentei te contar de todas as formas possíveis mas parecia que de repente você tinha se tornado invisível! – senti os olhos arderem e voltei a me afastar – Certo... eu realmente não sei como explicar isso mas... – voltei a encará-lo a uma distância segura, segura o suficiente para que não vislumbrasse as lágrimas que eu, a todo custo, buscava manter exatamente onde estava e num tom de voz que busquei tornar neutro (e não acredito mesmo que tenha conseguido, já que isso requeria uma certa calma que eu estava longe de sentir) - Eu nunca – perceba a ênfase na palavra – quis esconder isso de você, eu pensei que ...bem...depois de todas aquelas tentativas frustradas de te contar, de te encontrar... – passei as mãos nos cabelos e voltei a me sentar, posto que minhas pernas já não mais me obedeciam – eu pensei que você não nos quisesse... Eu realmente sinto muito por tudo isso. – Seriam essas as palavras certas a se dizer numa situação dessas? Creio que não mas era tudo o que eu podia dizer, nesse momento. OFF: Não vou nem me manifestar sobre o post. Estou desaprendendo a escrever#FACT | |
| | | Erland Nørgaard Hogwarts
Mensagens : 500 Data de inscrição : 07/07/2011
| Assunto: Re: 30 de Março ~ Noite Sáb Jun 02, 2012 4:35 am | |
| Apesar de tudo, ela parecia chocada, surpresa com o monte de palavras cuspidas, de forma amargurada – rancorosa, até. Estava em baixa guarda, ao contrário de mim. A certa altura da nossa discussão – provocada muito mais por mim do que por ela, é verdade – senti culpa e arrependimento, sentimentos não tão comuns em minha personalidade; simplesmente porquê durante toda a minha vida busquei acertos ao invés de erros. Isso não significa que eu esteja insinuando que sou perfeito; longe de mim! Tenho uma vida complicada demais, aliás, para que eu me considere superior a qualquer um. No entanto, posso dizer, que tirando um ou outro fato do meu passado – dentre os quais Desiree, definitivamente, estava incluída -, eu me orgulhava de mim mesmo, das minhas atitudes, dos meus gestos sinceros e quase sempre desvalorizados. É estranho perceber, ainda elaborando sobre isso, como esses pequenos gestos, hoje em dia, caracterizam uma bondade considerada digna de chacota. Ser bom, atualmente, era, segundo a sociedade, que imprimia a você modos, esteriótipos, regras, ser bobo. Ser bobo: deixar se levar por pessoas mal-intencionadas (que, de fato, existiam por toda a parte) e cair em uma armadilha tramada pela sua própria ingenuidade. Pude reparar, friamente, mediante a um breve silêncio de Desiree, como aquela gritaria que protagonizei em sua residência era a minha forma de extravasar e de me livrar daquela prisão. Diante de sua expressão, fora exatamente assim que me senti, bobo. Minutos se decorreram, e mais uma vez, pode ser clichê. Mas sentia estar perdendo o meu tempo. Na estampa de Desiree, a confusão mixada com uma dose sútil de suspeita.
Desiree mudara o seu posicionamento: ficara na defensiva, uma linha de conforto e segura. Minhas palavras, de alguma forma, pareciam ter lhe provocado – para mal ou para bem. Suas pausas eram a deixa que encontrava para recuperar o tom de voz e, como uma forma de se igualar a minha até então 'firmeza', impor a seriedade necessária que o assunto exigia. Observei cada ato dela. Ela se aproximou, e então se afastou. Arfei tenso.
- Eu nunca recebi carta alguma, eu nunca ouvi nada sobre isso. Aidam NUNCA me contou nada sobre isso. - enfatizei a palavra NUNCA para que ela estivesse certa de que eu não estava mentindo. E me senti bobo, mais uma vez. E se Desiree estivesse sendo sincera – como eu percebia nos seus olhos que estava sendo? Por quê ela mentiria? Por quê ela sujaria a imagem do seu próprio marido? Ok... ele falecera. Não estava entre nós. Não tinha mais o seu direito de defesa, mas ainda assim, fizera parte de sua vida. Construira uma família consigo. Respirei fundo. Como Aidam tinha sido capaz de me esconder aquela história por tanto tempo? Agir como se fosse, de fato, o meu melhor amigo? Não quis crer. Estremeci. Algumas lágrimas dolorosas lacrimejavam os meus olhos. Ela retomou a fala, partilhando do mesmo choque, inconformidade, raiva. A nossa história nada mais era do que uma página em branco que poderia ter tido uma longa sequência. Esperei que ela finalizasse. Naquela distância, conseguia identificar o seu nervosismo (bem mais explícito que o meu). Cauteloso, me aproximei.
- Como Aidam pôde esconder isso por tanto tempo? - tentei não julgá-lo. Minhas memórias com ele eram boas. Mas era como se, de repente, tudo tivesse sido uma farsa; a minha amizade, a minha parceria de anos com ele. Não deixava de ser, na verdade. Hesitei e meus passos automaticamente pararam, quando já estava próximo demais de Desiree. - Eu não entendo. Eu não consigo entender porque ele fez isso comigo. Porque ele fez isso com nós. - desviei rapidamente os meus olhos dos dela, pensando no “agora”. Elizabeth era minha filha e eu, na minha atual condição, me sentia na obrigação de arcar com todas as responsabilidades, mas principalmente aprender. Lidar com aquela nova experiência, eu sabia, seria difícil, mas não impossível. Nada era impossível. - Eu não obrigarei que você diga nada a Elizabeth. Eu realmente entendo que você queira proteger sua família, queira proteger a sua filha. Digo... a nossa filha. - eu não estava habituado. E talvez demorasse que me adaptasse a essa nova realidade. - Eu quero acompanhar a minha filha de perto. Quero ajudá-la, quero poder fazer o que estiver ao meu alcance para vê-la realizada.. Mas não me sentiria, não me sentirei confortável se isso for em detrimento da felicidade da sua família; de você, de John. - suspirei. - Acho que nós dois precisamos de um tempo para pensar. Isso deve estar sendo muito confuso para você, também. Pense no que irá fazer. Ou no que não irá. Independente de suas escolhas, eu quero que saiba que eu... - segurei as duas mãos dela e a encarei nos olhos. - estarei te apoiando. - um silêncio se estabeleceu entre nós. Me senti adolescente, de novo. Resgatei aquele sentimento dormente de juventude dentro do meu peito. Por alguns segundos, me lembrei do significado da palavra amor. Acordei daquele transe, de maneira desajeitada. - Acho que está ficando tarde. Não tomarei mais seu tempo. - me afastei. - Espero te reencontrar em breve. - um sorriso escapou genuinamente da minha boca. Acenei com uma das mãos e antes que ela pudesse falar qualquer coisa, me retirei da casa, em passos rápidos.
Prometi a mim mesmo recomeçar. Não só por Elizabeth, mas como pelo maior amor da minha vida também; Desiree.
003 • VESTIDO ASSIM • Finalizando a ação - por medo da mesma ficar longa e cansativa demais. Espero que goste.
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